Sombra com a luz ainda nos últimos ramos
do próprio desejo: a invocação de abril, o mês
onde o lugar pressente ser o verão
entre a proposta de flores e a face do fruto (a de
um sólido). Perdida, pois, a doce luz do inverno, a necessária
ao rosto (depois de longas noites entre seus dobres,
neve dolorosa), a matinal. Rosto
com o vidro, linhas (de veias) reflectindo
o mundo (vário) (alheio). Enquanto a luz transpõe
copas, os cumes e o segundo
crepúsculo (a tarde) é incessante.

(Este) Rosto
Fiama Hasse Pais Brandão
Âmago - Antologia
Assírio & Alvim, 2010
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