quinta-feira, 21 de outubro de 2010

a tradução como expressão sensível da vida

Cinema e literatura ficaram ambos mais ricos com The Women with the 5 Elephants, o filme de Vadim Jendreyko em competição no Doc Lisboa.
Já em casa recordo a frase curta e lancinante de Svetlana Geier, tradutora para Alemão de 5 obras mestras de Dostoievsky ( Crime e Castigo, Os Irmãos Karamazov, O Idiota, O Adolescente e Os Demónios - os 5 Elefantes): nariz para cima quando se traduz.
É um viver lento e delicado aquele que a câmara captou. O viver sábio de uma mulher em tréguas com passado e presente, para quem traduzir é criar e dar sentido aos muitos sentidos possíveis. Porque o texto é movimento, não se traduz da esquerda para a direita - levanta-se o nariz do livro e deixa-se que a frase se forme.
Agora, se me dão licença, tenho um elefante ali à minha espera.

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