terça-feira, 30 de novembro de 2010

lembrando Pessoa, 75 anos depois

Há dias em que cada pessoa que encontro, e, ainda mais, as pessoas habituais do meu convívio forçado e quotidiano, assumem aspectos de símbolos e, ou isolados ou ligando-se, formam uma escrita profética ou oculta, descritiva em sombras, da minha vida. O escritório torna-se-me uma página com palavras de gente; a rua é um livro; as palavras trocadas com os usuais, os desabituais que encontro, são dizeres para que me falta o dicionário mas não de todo o entendimento.

Fernando Pessoa, Livro do Desassossego

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